FLUP - Festa Literária das Periferias

Lima Barreto antecipou em quase um século as escrevivências de Carolina Maria de Jesus e da própria Conceição Evaristo, que se apropriaram de suas biografias para narrar com precisão e emoção o mundo criado para destruir o povo preto.

Na época de Lima Barreto, a necropolítica usava os manicômios para criminalizar e encarcerar os corpos negros na sociedade pós-abolicionista. Nada se compara à letalidade da guerra às drogas, que no Brasil tem índices semelhantes aos de um genocídio. Os corpos são os mesmos.

Amigos e admiradores de um dos maiores poetas pernambucanos, que nos deixou em 2022 em decorrência do mesmo alcoolismo que mataria Lima Barreto há 100 anos. A vida da periferia pulsava dos versos deste maloqueiro da Muribeca, bairro de um Recife tão profundo quanto sua poesia.

Lima Barreto foi o primeiro escritor brasileiro a tematizar o assédio na literatura, pandemia denunciada em escala igualmente global a partir do #metoo. Já naquela época se sabia que o corpo da mulher negra era o alvo mais cobiçado (e atingido) pelo patriarcado.

A favela na qual Marielle Franco se criou e a partir da qual se projetou politicamente recebe sua irmã mais nova, sua principal parceira de militância e ativistas da mais atuante organização da sociedade civil da Maré para debater o legado da vítima mais conhecida do feminicídio político.

A Malê chega à programação da Flup para refletir sobre sua atuação no mercado editorial brasileiro com autores publicados pela editora.